quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Cotas: A polêmica no vestibular da UEPA


Olá caros leitores! Quanto tempo não venho por aqui mas hoje vim escrever sobre uma polêmica que está ocorrendo em minha cidade (Belém-PA). No dia 12 de janeiro de 2015, saiu o resultado do vestibular da UEPA, e com ele, uma grande polêmica de uma aluna que foi aprovada no curso de medicina como cotista, e descobriram que ela era bolsista de uma escola particular daqui de Belém, na qual seu pai era um dos donos dessa escola.O edital da Uepa, dizia que o aluno poderia concorrer como cotista, se estivesse estudo todo o ensino médio em escola pública ou sendo bolsista integral em escola particular.

A minha opinião é que a caloura do curso de medicina da Uepa está dentro das legalidades, entretanto esta conquista foi imoral, tendo como ponto de vista que as cotas, foram criadas para atingir alunos que não tinham condições de ingressar em uma universidade pública haja visto que estudavam em escolas com péssimas condições de ensino.

O fato é que as cotas foram um meio de minimizar um problema bem maior que é a qualidade da educação nas escolas públicas, e de fato, as cotas não andam beneficiando aqueles que realmente deveriam, pois quem continua passando, ainda mais nos cursos mais concorridos, na maioria dos casos, foi porque de alguma forma teve acesso a um cursinho pré vestibular particular.

Infelizmente, são poucos os alunos que apenas estudando em escola pública, conseguem ingressar nos cursos mais concorridos como medicina, direito,etc. 

O caso dessa menina caloura de medicina, não foi exceção de que alguém com acesso privilegiado ao sistema particular, conseguiu ingressar como cotista, acredito que tenha chamado mais atenção e ter gerado tanta polêmica por o pai ser um dos donos da escola que ela estudou.

O fato é que a mudança no edital é necessária, mas eu penso que mais ainda, a mudança de fato deveria ocorrer no sistema de ensino público, com mudança na gestão, parcerias entre família e escola, processo de formação continuada, etc.Com a melhoria no ensino público, não necessitaria cotas.E você, o que pensa sobre o assunto? Deixe um comentário e contribua com o nosso blog!

Abraços!!!!

domingo, 14 de dezembro de 2014

Os ladrões de colarinho branco


Olá caros leitores! Faz certo tempo que não venho por aqui mas hoje estou retornando com essa temática "Crimes cometidos por ladrões de colarinho branco". Ontem estava na faculdade que faço especialização, e quando retornava para a sala, passou uma colega correndo.No momento me preocupei e acreditei que ela poderia estar se sentindo mal.Alguns minutos depois, esta colega retorna para a sala e informa que havia ido ao banheiro e esqueceu seu celular lá e quando retornou, não o encontrou mas ainda procurou com a equipe de apoio da faculdade e foi em algumas salas perguntar se alguém tinha visto.Infelizmente obteve respostas negativas, e mesmo assim tentou ligar para o celular e já se encontrava fora de área.

Com este triste caso, gostaria de fazer uma reflexão, lá na faculdade só frequentam ADULTOS, e no mínimo com uma graduação, e é nesse momento que só reafirma a ideia que o caráter, independe do seu nível de escolaridade, ou sua situação financeira. Eu não vejo diferença entre aqueles que estão ali assaltando na rua (inclusive esse ano fui assaltada por dois menores de idade) e este indivíduo que roubou o celular dessa colega de sala.É um roubo sim, a diferença que é comumente chamado de "crime de colarinho branco".Mas é apenas mais um criminoso entre nós.

Sou professora na rede particular de ensino da minha cidade (Belém), do nível Fundamental, e me preocupo bastante em passar valores, tais como a honestidade, para minhas crianças.É essencial que isso seja trabalhado, e que tenha mesmo valor, tal como a matemática ou Língua Portuguesa.

Esse foi apenas um caso de "crime de colarinho branco" mas poderia citar também outros que transformam a nossa sociedade em um caos, e o mais interessante, que essas pessoas que estão nessa modalidade do crime, muitas vezes, não acham essa atitude como um ato criminoso. E eu chamo isso de HIPOCRISIA e deveriam sofrer algum tipo de sanção. 

E esse é apenas mais um ponto que nós educadores, em parceria com o Estado e outros Órgãos, deveremos lutar para minimizar este caos que assombra nossa sociedade.

domingo, 9 de novembro de 2014

"Publicidade infantil em questão no Brasil"

Olá caros leitores! Hoje quero abordar sobre o tema da redação do ENEM desse ano, que foi "Publicidade infantil em questão no Brasil". Já vi muitas reclamações nos sites de notícias dos candidatos que realizaram a prova hoje, muitos afirmando que não esperava essa temática e li até uma notícia de uma candidata que afirmava "Eu nunca ouvi falar".

Como vocês sabem, sou pedagoga e esse assunto é bastante discutido na minha área e inclusive já tive oportunidade de postar pontos que envolvem esse tema.

Infelizmente a sociedade, de acordo com Raymond Williams (2011), tem como base, o capitalismo, e a superestrutura, mecanismos que são interligados e inseparáveis ao capitalismo, tais como as estruturas jurídico políticas, cultura e inclusive a mídia.

A mídia com suas propagandas, vem implementar a cultura do "ter" desde cedo, ou seja, do consumo excessivo, ponto essencial para sustentar o capitalismo.Não sou muito de assistir televisão mas as poucas vezes que estou assistindo e entra a propaganda, é interessante observar a manipulação que induz a criança pedir para seus pais comprarem desde produtos alimentícios,brinquedos e roupas.

Trabalho com turmas no Ensino Fundamental I e as falas das crianças é envolvendo o consumo, é desde cedo que elas querem ter o tablet, o celular, a sandália que viu na propaganda,o brinquedo, etc.O interessante que elas "competem" por quem tem mais produtos anunciados e que são desejados socialmente, e assim provavelmente crescerão com essa cultura de valorizar os objetos e esquecendo dos valores.

Na hora do intervalo em escolas, vemos aos poucos, as brincadeiras sendo trocadas por equipamentos eletrônicos, há interação ocorre virtualmente entre indivíduos que estão no mesmo local.

Outro fator de risco é a "adultização" precoce, são crianças, que querem se maquiar, usar sandália de salto, usar roupas apertadas em seu corpo, e assim viver uma faixa etária que não é a sua, trazendo possíveis problemas no futuro, que segundo pesquisas, esses comportamentos na infância, conduzem a "infantilização" tardia.

Mas o que podemos fazer para minimizar esses danos? Acredito sempre na educação, na conversa e fazer com que a criança perceba que não são os objetos que devem ser prioridade e foco nas nossas vidas,e assim trabalharemos os valores, tais como a solidariedade, respeito,etc.Não podemos negar que o sistema capitalista induz o indivíduo seguir estes valores cruéis, e assim vemos uma desestrutura social, entretanto, podemos trabalhar com a cultura do "ser" para que assim tentarmos diminuir estes aspectos prejudiciais que a publicidade infantil nos traz.

Abraços!

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

"Mas desse jeito você nunca vai casar..."

Olá caros leitores! Hoje quero iniciar o post falando dessa frase: "Mas desse jeito você nunca vai casar..." Se eu ganhasse 1 real por cada vez que ouço isso, eu já tinha realizado meu sonho de conhecer Paris. Hoje não foi diferente, fui convidada para ajudar cortar temperos para as comidas que serão vendidas durante a feira cultural da minha escola, eu fui mas avisei logo que não dominava NADA na cozinha, e em menos de 5 minutos pediram para eu me retirar e falaram essa infeliz frase.

Por que infeliz? Primeiro porque é algo machista e o pior de tudo porque veio de mulheres.Quer dizer que para casar terei que saber passar, lavar e cozinhar, caso contrário, eu não sirvo para isso? Particularmente não gosto de afazeres domésticos e luto muito para que quando eu venha me casar e ter minha casa própria, eu possa contratar uma pessoa para fazer isso.Claro  que um dia aprenderei os básicos para a sobrevivência em uma emergência mas sinceramente não é prioridade na minha vida e não acredito que isso me faz esposa melhor ou pior.

Me recordo uma situação que estava conhecendo um rapaz e ele teve essa infeliz ideia de me perguntar se eu sabia lavar, passar ou cozinhar e eu disse que não, e ele me respondeu que não daria para nós casarmos porque a mulher que deveria fazer isso em casa, eu apenas respondi que quem disse que casaria com ele e se ele queria alguém com essas habilidades era só contratar uma profissional nessa área porque a escravidão já tinha passado e geralmente mulheres preferem dividir essas atividades e não se sobrecarregar.

Qual o problema do homem em ajudar em casa? Isso não o torna mais ou menos homem, ao contrário, para mim é uma característica essencial para manter  um casamento e uma casa harmoniosa.Sempre tive como grande exemplo meu pai que sempre ajudou em nosso lar e esse é só um dos motivos que me fazem o admirar muito.

Sabe a Amélia? Pois é, eu não sou que nem ela.Luto pela minha independência, trabalho e estudo e não sou exceção, ao contrário, o número de mulheres com essas características está crescendo. Eu não vou viver conforme um esteriótipo social, e sabe as pessoas machistas? Quero é longe de mim.

Abraços!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Chacina em Belém...


Olá caro leitores, hoje vim abordar sobre a chacina que ocorreu ontem a noite aqui na minha cidade (Belém), e que aterrorizou a população local. Hoje de manhã cedo na academia que faço musculação, o assunto era só esse mas até então não sabia detalhes do assunto. Quando cheguei em casa e vi o whatsapp e meu facebook que também só discutia esse assunto. Me assustei? Sim mas devo confessar que não me surpreendeu porque infelizmente a rotina violenta já nos assombra.

Não é de hoje que quando um membro da polícia ou alguém que tem poder na sociedade que ao morrer,ocorre uma vingança que gera outra vingança e assim vamos vivendo nesse ciclo sangrento.A diferença hoje que as pessoas filmam e postam nas redes sociais, causando um verdadeiro pavor que nem ocorreu no dia de hoje.

Na escola que trabalho, as aulas foram suspensas por esse motivo e há uns dois meses postei aqui no blog um assassinato que ocorreu lá perto, então realmente não posso fingir que só hoje a cidade está violenta porque seria hipocrisia.Além de rotineiramente ouvimos e lemos casos de assaltos ali perto.Recordo uma vez que estava chegando na escola e vinha um adolescente estudante de outra escola próxima, que estava tremendo e chorando e relatou para um amigo que tinha acabado de ser assaltado. Revoltante não é mesmo? Mas como afirmei desde o início, não é hoje que sabemos dessa violência.Circulou nas redes sociais que teríamos arrastões, assaltos, etc. Novidade? Infelizmente não.

Acredito no investimento na educação como viabilidade para redução desse caos na nossa sociedade mas por outro lado sei que isso será muito difícil de ser efetivado.E enquanto isso vamos vivendo e nos agarrando na fé para que nada de pior ocorra conosco e com as pessoas que amamos...

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Leia para uma criança...




Olá caros leitores! Hoje o post é uma dica. Há dois anos peço pela internet gratuitamente a coleção de livros do Itaú.É um projeto da Fundação Itaú Social que disponibiliza livros para quem assim almejar. O cadastro é super simples, esse ano chegou em minha casa duas semanas após meu pedido.Ainda não tive oportunidade de ler para alguma criança mas em breve espero poder alcançar esse objetivo.Vamos incentivar a leitura para as crianças? Faça sua parte e se cadastre no link abaixo:

https://www.itau.com.br/crianca/pratique/

Abraços!

sábado, 18 de outubro de 2014

Conteúdos trabalhados na faculdade x realidade

Olá caros leitores! Infelizmente não estou tão presente no blog como eu queria mas tudo por motivos profissionais que estão consumindo grande parte do meu tempo.Entretanto hoje resolvi separar alguns minutos para escrever sobre o tema da praticabilidade dos conteúdos trabalhados nas faculdades.Para quem ainda não sabe, sou pedagoga, e tenho especialização em educação especial.Desde o início do curso questionava várias leituras que não conseguia fazer uma relação com a realidade e nessa fase ainda nem tinha contato com sala de aula.

Dois anos após o início do curso, comecei a estagiar em uma escola com método Montessoriano, particularmente é uma metodologia que me encantou e via nas palestras que tínhamos sobre a Maria Montessori a praticabilidade na sala de aula.Tem alguns pontos dessa filosofia que questiono mas deixarei para uma próxima postagem. 

Esta semana, fui questionada sobre o autor Paulo Freire e suas ideias que esta pessoa dizia ser utópica, alguns dias depois, já assistindo aula no curso de pós graduação, ouvi da professora esta mesma inquietação.Não é de hoje que leio Paulo Freire que é o clássico da pedagogia mas alguns pontos que me fazem questionar se é possível colocar em prática esta teoria estudada, como no livro a Pedagogia do Oprimido, temos por exemplo, que o conteúdos curriculares devem ser construídos a partir de uma investigação realizada com os alunos, objetivando a captação dos temas geradores e assim conseguiríamos organizar a grade curricular.

Infelizmente a estrutura da sociedade faz com que a escola seja uma instituição reprodutora da ideologia da classe dominante, e provavelmente, caso eu queira praticar tais ideias, irei sofrer algum tipo de sanção por estar fugindo dos padrões que são impostos.Outro ponto a ser levantado, é que o professor que para sobreviver, precisa trabalhar em várias escolas, então, se cada escola ele tivesse que fazer tal organização curricular, provavelmente ficaria sobrecarregado.

Podemos sim ajudar a minimizar as diferenças entre os dominados e dominantes mas não acredito que chegaremos a certos pontos que autores como Paulo Freire nos coloca, porque a ação pedagógica também é um ato político, e assim envolve outros fatores que não depende só dos profissionais que trabalham na escola.

Desejo um excelente final de semana!