Com tantas dúvidas a respeito desse assunto, buscamos aqui tentar esclarecer como entendemos o processo da Unificação Alemã. Primeiramente começaremos tentando esclarecer a utilização do nomes Prússia e Alemanha, que por diversão vezes são trocados durante a explicação de alguns professores.
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Bandeira da Alemanha |
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Bandeira da Prússia |
UNIFICAÇÃO DA ALEMANHA
Prússia
é o atual nome do país da Alemanha, antes chamado de Reino Prussiano. Em 1819,
Frederico Guilherme III, rei da Prússia, quis expandir seu território visando
uma maior e melhor economia para seu reino. Com isso apresentou publicamente a
ideia da Unificação dos ducados prussianos, isto é, a Unificação Alemã. Assim,
os Estados que tinham cultura, religião e idioma germânico seriam integrados a
um só Estado, ou seja, à Alemanha. Essa unificação mudaria o sistema politico
de feudal para capitalista e também ampliaria os domínios do Rei Prussiano
sobre os demais Estados, porém esta mesma unificação tiraria os domínios do
Imperador austríaco, Francisco I, e ia contra o acordo assinado pelos dois
reinos (Prussiano e Austríaco) no Congresso de Viena (em 1815). No ano de 1834
o rei prussiano cria a União Aduaneira chamada de Zollverein (pronuncia-se Tsolferáin), esta servia tipo como um
“bloco econômico” para aquele século, isto é, servia como criação de uma única
taxa alfandegária concedida apenas aos Estados unificados ao reino prussianos,
o que excluía e limitava o poder do rei austríaco.
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Guilherme I, da Alemanha |
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Otton von Bismarck |
Em
1840 o rei da Prússia morre, e seu herdeiro Frederico Guilherme IV torna-se Rei
e continua o processo de unificação alemã. Porém foi no inicio de 1862, quando
Guilherme I tornou-se rei da Alemanha e
nomeou como Chanceller ( nome dado ao
primeiro ministro) o diplomata Otton von Bismarck , foi que o processo de unificação se concretizou. Bismarck
“ficou conhecido na Historia como “Napoleão Germânico”, ou melhor, “Chanceller de
ferro”, pois acreditava que a unificação alemã, tão desejada durante anos, apenas
seria conquistada a base de estratégias militares. E com este pensamento sugiram
três principais guerras:
1ª) Guerra dos
Ducados ( Dinamarca X Alemanha):
Em 1864, mesmo contraria a concretização da Unificação da Alemanha, o
reino austríaco apoia os alemães na guerra contra a Dinamarca. O objetivo era
conquistar os territórios de Holstein (cuja maioria da população seria
descendentes germânicos) e o de Schleswing, estes ducados ate então estavam sob
os domínios do reino dinamarquês. Alemanha
e Áustria ganham a guerra e conquistam os territórios, porém há um problema:
Francisco José I, imperador da Áustria exige ficar com o território de
Holstein, o que causa um descontentamento aos germânicos. Resultando em uma
guerra entre os dois países no ano de 1866.
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Francisco José I, da Áustria |
2ª) Guerra das
sete semanas ou Austro-Prussiana (Áustria X Alemanha):
Em 1866, com o apoio da
Itália ( país que também estava em processo de unificação), inicia a guerra
entre os reinos austríaco e alemão. O objetivo era que a Alemanha reconquistasse
o território do ducado de Holstein, que foi conquistado pelos germânicos e
austríacos na guerra contra o reino dinamarquês,
porém, como exigência de participação em batalha, o imperador da Áustria exigiu
o território de Holstein confrontando o imperador Guilherme I, da Alemanha e
seu Chanceller, Otton von Bismarck. Quando a guerra acabou os prussianos e
italianos saíram vitoriosos. A Prússia além de reconquistar o ducado de
Holstein, ainda anexou territórios pertencentes ao norte da Áustria, os
austríacos também perderam grande influencia sobre domínios de outros países, o
que aumentou a influencia da expansão do território germânico e concretizou
unificação do reino alemão. A Itália, nesta mesma época, conquistou Veneza. Próximo passo do Império Alemão: conquistar o
território de Alsácia- Lorena ( que estava sob o domínio da França).
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Napoleão III, da França |
3ª)
Guerra Franco-Prussiana ( França X Alemanha, com Itália aliada):
Após terem vencido a Guerra das sete semanas,
os prussianos almejam conquistar o território de Alsácia- Lorena, porem ele
estava sob domínio francês, logo ao saber da intenções da Prússia, o Imperador
francês, Napoleão III (sobrinho de Napoleão Bonaparte) declara guerra aos
exercito da Prússia, no inicio de julho de 1870. Objetivo da França era não
deixar os prussianos dominarem o território almejado, mas também de limitar e,
se possível, terminar com a influencia e liderança que o reino prussiano estava
conquistando na Europa. Entretanto o
exercito prussiano era bem maior e bem mais estratégico que o exercito
francês, tanto que em setembro de 1870, na batalha que ficou conhecida como
Batalha de Sedan, as tropas francesa se renderam e Napoleão III foi capturado.
Em 1871 é assinado o Tratado de Frakfurt, ou seja, um acordo de paz entre
França e Alemanha, os franceses entregam o território de Alsácia-Lorena aos
franceses e ainda são obrigados a pagar uma indenização aos vitoriosos. Assim a
Unificação da Alemanha concretizou-se ao restante da Europa.
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Mapa de Alsácia-Lorena (http://xaviercasals.files.wordpress.com/2013/03/alsacialorena.jpg) |
Com tantas vitorias do exercito
prussiano ( aliado ao italiano), a
Alemanha engrandece territorialmente e economicamente na Europa, seus domínios
e confiança politica expandem-se também, logo novos objetivos germânicos são
pensados, um exemplo disso é o envolvimento da Alemanha no processo de Neocolonização
dos Continentes da África e Ásia. O que gerou intrigas com a grande potencia
britânica (Inglaterra). Em 1884, no continente africano, a Alemanha conquistou Camerun
(atual Republica dos Camarões) e África do Sudoeste; em 1885 conquistou Congo e
África Oriental(atual Tanzânia), dentre outras. Porém perdeu todas as suas
colônia após sua derrota na 1ª Guerra Mundial.
Assim, terminamos por enquanto, de narrar este acontecimento histórico. Lembrando que as datas históricas são imprecisas em livros e blogs, então vamos ficar espertos. Se aguem tiver alguma duvida, ou quiser comentar, corrigir dados, fique a vontade. E podem sugerir assuntos.
Postado por: Déborah Lopes (Historiadora)
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