quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Adultização precoce




Infelizmente cada dia que passa, cresce o número de crianças que vivem uma vida de adulto. Trabalho há 3 anos entre educação infantil e ensino fundamental I, e já presenciei cada fato que me deixa frustrada e indignada. Ano passado, enquanto trabalhava com uma turma de educação infantil, uma garota, que tinha 3 anos, foi para o parque da escola, junto com seus colegas para desfrutar de um momento de lazer, um fato comum na rotina da escola.Nesse dia, esta menina veio correndo em minha direção e gritava muito, primeiramente pedi para que ela se acalmasse para que eu pudesse vir compreender o que estava passando, até que ela conseguiu expressar que queria sair daquele espaço porque estava “estragando” as suas unhas que ela havia feito no dia anterior no salão.Esta mesma criança, em um outro dia, já havia lutado para não fazer educação física, e ao ser indagada os motivos, a mesma afirmou que era para não suar e estragar a escova feita também nesse salão.
                Foi uma criança que tivemos que trabalhar ao longo do ano para minimizar os valores que estavam sendo transmitidos para ela em casa, entretanto ao ser informado para a família dos malefícios que estavam causando essa valorização da beleza, a mãe se frustrou e nos informou que ela só deixava porque notava a filha dela feliz. Esta mãe não percebeu que a criança adorava isso porque era uma das formas de se aproximar da mãe, ter um tempo com ela, mesmo que sejam algumas horas no salão, em alguns dias, esse era o contato mais próximo que elas tinham.
                Outro ponto que também é bastante delicado é a questão de acesso à internet e meios eletrônicos. Não estou aqui dizendo que a criança não deve usar, afinal vivemos a era digital, mas quero abordar a questão de horas dedicadas a estes aparelhos eletrônicos assim como o conteúdo acessado. Contando um pouco da minha experiência no ensino fundamental I, posso apontar a internet acessada de forma indevida e sem controle.Vejo meus alunos cantando músicas, paródias que tem um conteúdo completamente inadequada para a idade dele, pois envolve palavras de baixo calão, pornografia e entre outros.Sempre indago a origem do aprendizado dessas músicas e a resposta quase sempre a mesma “Tia, eu vi na internet”.
                Quero alertar aos pais e educadores sobre os malefícios dessa adultização precoce, devemos sim incentivar os cuidados com o corpo, saúde e higiene, mas não implica em incentivar o uso de maquiagens, saltos ou roupas de adulto.Psicopedagogos nos demonstram que as crianças que não vivem as fases da fantasia, que não tem a imaginação estimulada, tem grandes chances de virem a ser adultos imaturas e durante essa fase vão querer vivenciar tudo aquilo que não teve acesso durante a infância.Além do mais, o risco de se tornarem consumistas e egoístas também são grandes.Portanto, vamos deixar que vivam cada fase e educar com amor e respeito as etapas da vida do ser humano.

domingo, 3 de novembro de 2013

Professor Tradicional x Professor Inovador

Recentemente passei por uma situação delicada envolvendo o tradicionalismo docente em uma instituição de idiomas da minha cidade (Belém-PA), que me fizeram a refletir sobre essa postagem.Não é de hoje que estudo sobre essa temática mas vivenciar tal prática, ainda mais para quem atua na educação que nem eu, foi algo que me deixou decepcionada.Sou recém formada e tenho muito o que aprender mas já luto por não seguir os passos de certos docentes que passaram e ainda estão em minha vida acadêmica.O ponto que ocorreu e que me levaram a escrever foram por duas redações que este docente passou, uma foi solicitando um artigo de opinião,resolvi escrever sobre a educação bilíngue, especificamente sobre a importância do estudo de um segundo idioma ainda quando criança.A outra redação foi sobre um filme, e optei por relatar e analisar pedagogicamente a história de um garoto com dislexia.

Quando o docente devolveu as redações, me chamou para conversar e havia escrito que ambas foram retiradas da internet, fiquei bastante irritada no momento, e disse para ele, que antes de julgar se eu tinha ou não tal conhecimento sobre essas temáticas, que viesse a ter um conhecimento prévio da minha vida, fator esse que é FUNDAMENTAL para quem quer quebrar os paradigmas da educação tradicional.Como citei antes, eu não sei tudo, e estou longe de saber mas escrevi as redações, baseada em literaturas,aulas e vivências,e o professor não sabe mas sou estudante de especialização em educação inclusiva, por isso optei por falar do filme "Como estrelas na terra", que é excelente para trabalhar com a temática da família, escola e inclusão,  além disso sou professora de inglês e trabalho, já fazem 3 anos, na área de educação bilíngue, e inclusive meu TCC foi voltado nessa área.Agora imaginem, se tal docente fala isso para uma criança ou adolescente, quantos sonhos seriam destruídos, quanta frustração seria gerada por justamente achar que o aluno não é capaz, atitude típica de um professor tradicional.Assim vai sendo construídos alunos que só memorizam, repetem e não criando uma educação problematizadora como Paulo Freire nos remete em seu livro "Pedagogia da Autonomia".

Vamos parar um pouco para refletir, o quão interessante seria abrir uma roda de conversar e os discentes viessem a dialogar sobre essas redações, e o professor visualizasse e viesse notar se o aluno teria de fato tal conhecimento, através de indagações e socialização da temática escrita.Mas para o professor tradicional, é só passar a redação e taxar o aluno como "capaz ou não". Tudo isso me levou a refletir o quão é importante minha profissão, sou mediadora na formação das crianças, e luto em prol de uma pedagogia inovadora, diferente desse curso de idiomas que estudo, aonde o marketing é mais importante, aonde na hora de vir chamar mais alunos, até faz promoções de levar um amigo, para obter maior quantidade e esquecem da qualidade.Sinceramente, não quero meus amigos, alunos e familiares fazendo parte de um local reprodutor do sistema tradicional, e também não quero reproduzir tais práticas em sala de aula, a luta não é fácil mas não vou desistir. Um excelente domingo leitores.